
Jornais da Manhã
João das Flores
Os jornais da manhã
Desenharam teu nome
Ensanguentado de tintas azuis
Tão carregado de tintas azuis
Azuis, azuis
Estes jornais da manhã
Nervosamente pintaram-te
Exageradamente carmim
Mas os jornais são assim
Todo jornal é assim
Na camisola do vento
Na solidão da retina
A valsa desafinou
A dança atropelou
Os passos da bailarina
E eu fiquei sem saber
O que era ser e não ter
E o que a vida prepara
Porque a vida tirou
Sua presença de mim
O raio alegre de sol
Que te embalava contente
Te escondeu entre os dentes
Foi te colar docemente
Na flor lilás do jardim
www.macacosecolibris.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário