terça-feira, 22 de setembro de 2009



Jornais da Manhã
João das Flores

Os jornais da manhã
Desenharam teu nome
Ensanguentado de tintas azuis
Tão carregado de tintas azuis
Azuis, azuis

Estes jornais da manhã
Nervosamente pintaram-te
Exageradamente carmim
Mas os jornais são assim
Todo jornal é assim

Na camisola do vento
Na solidão da retina
A valsa desafinou
A dança atropelou
Os passos da bailarina

E eu fiquei sem saber
O que era ser e não ter
E o que a vida prepara
Porque a vida tirou
Sua presença de mim

O raio alegre de sol
Que te embalava contente
Te escondeu entre os dentes
Foi te colar docemente
Na flor lilás do jardim


www.macacosecolibris.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário