
        Teu Nome 
                          
Na praia do Farol tranqüila e triste
que abriga a solidão que em mim existe
   escrevi  o teu nome a meditar.
       Mas  quando a onda quebrou. Águas e brumas
  entre  lençóis alvíssimos de espumas,
    carregaram teu nome para o mar.
                 
Escrevi teu nome na mangueira
para que ele ficasse a vida inteira
desafiando a própria eternidade.
Mas logo veio a chuva fria, bem forte,
àquela que só tem aqui no Norte,
e o teu nome se foi na tempestade.
  
Nas asas das araras dessa tarde,
eu escrevi sem medo, sem alarde.
por extenso, o teu nome outra vez.
Mas a noite chegou e elas fugiram...
Suas penas de negro se tingiram
e o teu nome querido se desfez.
 
Esperei ansiosa a madrugada,
levando a minha cruz rude e pesada
nessa macha exaustiva e indefinida.
Escrevi o teu nome nas estrelas,
pensando que só eu pudesse vê-las,
e o céu riscvou teu nome dessa vida.
         
Sobre a palma da mão sincera e crente,
escrevi o teu nome novamente,
e a minha mão confiante se fechou.
Mas de tanto estender a mão ao mundo,
de tanto bracejar no mar profundo,
teu nome amado a brisa carregou.
   
Deus teve pena dos meus sacrifícios
e prestou-me o maior dos benefícios:
o teu nome de amor Deus colocou...
No peito peregrino e abençoado
que tem a poesia sempre ao lado,
e jamais o teu nome se apagou
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário