sábado, 13 de outubro de 2007

Verdade


Creio na verdade absoluta,
mas não sou senhora de mim;
desconheço o ponto final,
entretanto, responsabilizo- me
pela verdade do que faço.
Digo, sinto e realizo
nas horas que passam,
e vivo lado a lado
com pensamentos mutantes,
afirmando quem sou,
no confronto com o lógico,
diante do propósito incoerente,
ironicamente observado
sob pontos de vista nublados,
seja pela vaidade cega,
pela razão conceituosa,
pelo apreço contínuo,
do esforço fracassado,
ou pela quimera do fantástico
sucesso provisório,
que ilumina, na caminhada, um passo,
sem pintar o futuro
não cronometrado no tempo,
que tem o poder de apagar as certezas,
transformando em cinzas
o feito do incerto questionável,
escrito sobre as linhas infindas
da eternidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário