domingo, 23 de setembro de 2007

Primavera

Primavera de Rosas
Delasnieve Daspet

Esta chegando a primavera!
Flores cobrirao o mundo...
e com elas virao os poetas,
As alegrias,
os amores
e as dores...


A flor, como o homem,
tem seus caprichos...
Há flores com pétalas.
Outras sem caule.
Algumas sem pistulas!

Há mundos sem plantas,
Sem flores,
Sem perfume,
Sem beleza,
Sem amor!...


Flor, filha da manhã!...
Encanto primaveril,
Amor do poeta!


Pouco importa que na linguagem do tempo
Os anos da vida sejam
horas que logo passam...

Melhor silenciar;
Silenciar a saudade.
Porque esta na hora do amor perfeito,
a flor que adorna, na mão do amado!

As flores falam! Algumas na
beleza simples e despretenciosas
embelezam a vida, outras espelham a
vaidade, narcisos que são!

Não se deve deixar morrer a flor,
Morrer o amor!
Não se deve sofrer a agonia da rosa,
Orgulho das flores, e esvair seu
perfume, o perfume do amor como
um alma que sobe aos céus!

Há inverno nos corações,
Lágrimas nos cárceres,
Angústia nos lares, muito mais
Que estrelas no céu!

E tu, ao me entregares as tuas rosas,
Em pequenos botões
que se abriam,
trêmulas,
cândidas,
botões de rosa a desabrochar,
cujas existência nâo quis que
fosse apenas um dia!

Na verdade foi tudo engano!
Na rosa vermelha - me destes o
sangue da dor plantada!
Na rosa amarela, a
melancolia da tua ausência,
E na que restou, na rosa branca
o que ficou foi a dor da saudade!



À PRIMAVERA DE ROSAS, de Deslanieve Daspet...
Nelson de Medeiros Teixeira


ROSA:
Rosa! Rainha das flores,
dos jardins, o coração,
musa de ardentes amores,
do poeta a inspiração!

Rosa branca é sentimento,
da virgindade é o retrato,
é virtude é ornamento,
do pensamento abstrato !

Rosa vermelha é paixão,
é desejo, é caridade,
é martírio, é solidão,
é sempre dorida saudade!

TULIPA:
A tulipa tem nuanças,
que só o destino revela,
traz amor sem esperanças,
quando renasce amarela!

Se, porém, nasce vermelha,
tem de fato seu valor,
o coração se incendeia,
simboliza novo amor !

A tulipa tricolor,
é de notável essência,
não inspira novo amor,
mas retrata independência!

VIOLETA é flor da verdade,
de Bonaparte o emblema,
é a flor da lealdade,
minha sigla, meu poema!

SAUDADE também é flor,
de simbolismo maduro,
não corresponde ao amor,
quando nasce roxa-escuro!

JASMIM é flor delicada,
quando branca, realeza,
se renasce amarelada,
desenganos, com certeza!

CAMÉLIA branca é beleza,
que só traduz perfeição,
camélia rosa é grandeza,
da alma e do coração!

ACÁCIA amarela eu te digo:
É de mistérios repleta,
quem guardada a traz consigo,
traz também paixão secreta!

GERÂNIO de tom rosado,
é flor de vaso vistoso,
cresce e vive iluminado,
é a flor do vaidoso!

GIRASSOL é flor da Rússia,
-simbolismo indissolúvel-
No homem traduz astucia,
Na mulher amor volúvel!

AZALÉIA é frágil paixão,
Que se desmancha num lance,
Simboliza o coração,
Que não se prende em romance!

FLOR DE AÇUCENA, meu bem,
É como a água do mar,
tristeza se verde tem,
saudade se azul polar!

CRISÂNTEMO, encantadora,
de belezas irreais,
é a marca imorredoura,
dos corações desleais!

ROSA, TULIPA, JASMIM,
QUE ME IMPORTA QUAL A FLOR,
SE O QUE PLANTO EM MEU JARDIM,
SÃO AS FLORES DO AMOR!









SOL DE PRIMAVERA --
Jan Muá


O lindo sol
Que me banha

Chegará a você
Em dia de primavera

Com chilros alegres
De pássaros soltos!
Brasília março de 2000



Primavera
(Texto original em Francês)
© Jean-Pierre Barakat


Primavera
O acordar dos cantos de amor
Na natureza...
Rosas e prosas florescem
Caricias, carências esboçam
Um novo dia...
As partidas são prolongadas
E os sonhos maquiados :
As noites são infinitas...

Primavera
A vida grita LIBERDADE
O inverno transido é vencido
Nossas almas se reúnem
E se abraçam...

Primavera
Trauteio um refrão enamorado
E tu me sorris com ternura :
Somos felizes...
Palmilho o comprimento das alamedas
Ricas e perfumadas
De teu olor cativante :
Estiveste por aqui...

Primavera
Ai ! Desejar-te...

PRIMAVERA
© Fernando Tanajura Menezes


Ganhei uma flor vermelha,
de plástico,
das que o sol não mata e desbota com o tempo




Cio da Primavera...
Delasnieve Daspet

Tudo renasce,
Tudo fecunda,
Na primavera.
Seres vivos em ebulição.
A vida no cio!
As flores - soltam o pólen
que a abelha carrega e
oportuna a fecundação;
nascerão outras flores,
viverá a abelha rainha!

Andorinhas - viajam aos milhares
por montes e vales,
e no calor se reproduzem...
Novos pássaros se encontrarão
noutro ciclo,

noutro acasalamento!

Lobos-guarás , a onça pintada,
o jabuti , a garça branca,
a piracema, o cavalo, a vaca,
o urubú-rei, a jacutinga,
a meiga perdiz, o nhambú,
o teyú-guassu, o tuiuiú,
o jacaré, a cobra coral,
a galinha d angola...
todos saem de suas tocas em
busca dos parceiros que irão
amainar seus desejos
de continuidade da vida!

Eu, tu...
Nós também estamos no cio...
Floresceu junto ao amor-perfeito
o nosso desejo,
e na dança do amor,
num pas de deux,
num balé de braços e pernas,
num frenesi de corpos suados,
a entrega!...

E no lençol branco de cetim,
entre arrulhos de paixão,
sem vencedor nem vencido,
apenas corpos trêmulos,
exangues...
o sêmem da fecundação se fez presente!

O cio...
O ciclo do amor se completa!
É primavera.
Podemos sonhar.
Podemos amar.

PRIMAVERA
Lílian Maial
Sou teu sonho,
tua ilusão de ótica,
teu plano equivocado,
tua meta neurótica,
tua súplica,
teu pecado.

Sou, por tudo,
tua calma.
Sou, por amor,
a alucinação
de tua alma.

Sou o rio
que atravessa
teu vale de paixão.
Sou o caminho
que traz alento
em meio à escuridão.

Saio de campo,
como quem sai da festa
e encontra na rua
a razão dos brilhos.

Sou teu filho,
tua fila de espera,
e apenas quero ser
teu verão,
desabrochando
em plena primavera.




A Ilusão da Primavera
Josa Jásper

A prima Vera não gostava do verão.;
O tom do outono desprazeres já lhe dera.;
Um longo inverno infernizou seu coração.;
E, narcisista, foi gostar da primavera.

Na primavera eu não senti satisfação.;
Verão chuvoso me impediu lindos passeios.;
No meu outono eu hibernei com depressão
E só o inverno é que atendeu aos meus anseios!

À prima Vera eu transmiti nova doutrina
Que, na verdade, eu concebi às custas dela,
Porquanto a Vera não gostava do verão...

Mas a lição que a vida, ativa, nos ensina
É que a alternância torna a vida inda mais bela,
Pois a alegria ao depende da estação!
Primavera (Rondel)
Angela Lara
Ressuscita-me Primavera desejada,
Ouço o cantar de pássaros nos ninhos
veste-me em tua linda madrugada
povoa-me de sonhos e de carinhos

Em camadas de flores sem espinhos
de amores e de rosa encantada
Ressuscita-me Primavera desejada,
ouço o cantar de pássaros nos ninhos

Tira-me a dor que está tão cravejada
e abre-me encantos que estão sozinhos
trazendo-me a doçura esperada,
ensina-me de novo a ter caminhos
Ressuscita-me Primavera desejada.
Primaveras
Nathan de Castro Ferreira Júnior
Um passarinho verde pousou na folhagem
em frente ao meu poema com cheiro de agosto
e quando bateu asas, levou a paisagem
nas asas do destino de eterno desgosto.

Um pássaro agourento acompanha a viagem.
Os ombros do poeta lhe servem de encosto,
e quando o verso insiste em fugir da voragem,
ele exibe um sorriso estampado no rosto.

Solidão de um acaso que o tempo e o silêncio
escondem nas crateras das frases de luas,
enquanto o meu poeta alimenta as saudades...

Os olhos de setembro ele avista à distância:
as flores, beija-flores e o verde das ruas.
Primaveras dos sonhos de felicidades.





O sol da primavera
Paulino Vergetti Neto




Eu sinto quando o sol nasce
porque minh`alma alegra-se
e assim desperta
como se uma primavera carregasse
nos átrios dos meus delírios
de amor,


onde ando com a outra alma
descalça e nua
toda tuaa vida procurando
para amar o mundo,
além de nossas duas almas
arredantes.


Vive dentro de mim o teu sol
esse belo companheiro de luz
que tanto nos seduz ...,
também apaixonado.

Canção de Primavera
Tereza da Praia

Esta excitação no ar,
Esta vontade doida de amar...
Seios em exibição...
Pulsar forte do coração
De onde vem este desejo ardente?
É a nova estação.
É a primavera
Que desperta meu cio de fera
Que me atiça como um chicote
Ferve-me o sangue, abro o decote.
Ofereço-me toda ao amor.


Série: Vadiação da alma indecente
É tempo de primavera!
Delasnieve Daspet
Um piano. um violino.
Uma canção.
Uma canção antiga
Que o vento trás.
Uma canção de ninar.

Ausência presente.
Silêncio que alivia.
Deixo que meus braços
Se transformem em abraços
Através da noite escura,
Até a chegada da luz!

O som ao longe
Envolvendo a alma.
É a melodia na noite
Que nos faz assim!

Enquanto na música se revelam
Os segredos da noite,
Vou tirando de minha mente aflita,
Tudo o que ocorreu de ruim.
Tudo ficou para trás...
É tempo de primavera.
Tempo de se fazer feliz!

Sussurram as flores.
Voam as andorinhas.
Sinta os espiritos das matas,
Tupã, Yaci, Iara,
Buscam a melodia
Do espirito da noite,
É primavera no coração!


Primavera
Helena Armond
dia marcado e hora exata
a primavera expõe sua paleta
num vernissagem... de lacas...
descubro e aprendendo ...
que...sem chuva ...a terra não filtra...
há concentração das cores absolutas
antes...de um vermelho magnífico...
...n´alquimia chuva e ventania...
as pálidas rosas rosa seriam advindas ?
a primavera É fórmula secreta / oculta
dos metais e sais...e...ar...mesmo sem chuva...
pulsa e...vai ao Deus dará ...
Driblando a vida
Marisa Cajado
Sou poetisa
Vou driblando a vida
Vou sentindo a brisa
Em meio ao vendaval.
Vou cantando alento
Mesmo o sofrimento
Com sentido atento
Ao elo divinal.
Vou por entre flores
Anotando as cores
Vou juntando amores
Que a vida entregou.
Em passinho lento
Fruindo encantamento
O amor por testamento
Deixarei a quem ficou

lugares e coisas

Edimo Ginot

sou o templo

dos meus tantos deuses

criados a esmo e à revelia

para amparar os meus tormentos

para estancar minha sangria

sou a vila

das minhas casas

das tantas e tantas moradas

das lembranças que ficaram

e de tantas que sumiram

sou o relógio

do meu tempo

das minhas horas contadas

dos meus dias de labuta e espera

dos meus dias de ócio e preguiça

sou o livro

da minha vida

dos meus encontros e desencontros

das minhas chegadas e partidas

de tantos sonhos negados

mas outros tantos vividos

do meu riso e do meu pranto

das tantas páginas não lidas

Renovo-me na estação que chega!
Delasnieve Daspet
Vou deixar-me levar.
Trocarei o certo pelo desconhecido,
aventurar-me por novos caminhos.
Vou buscar o alento em novas flores,
novos cheiros, novos amores,
novos encontros, novas conversas,
ampliando universos,
nas coincidências do viver.
Não quero ter certezas,
Nem se amanhecerá,
ou se o sol se porá no horizonte,
vou estar ao sabor dos ventos...
Vou sacudir a poeira,
trocar de baton, mudar meu cheiro,
escancarar as janelas d´alma,
e me doar ao universo;
Não vou deixar que me firam,
Que meu ego me machuque,
vou aspirar lentamente
o sabor da vida que me resta...
É chegada a hora de mim mesma,
do renascimento nesta era,
renovo-me na estação que chega!

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